quarta-feira, janeiro 2

Criança prodígio

Inflada no ego. Estava lendo revistas antigas e uma matéria falava sobre Je vous Salue, Marie, um filme que Jean-Luc Godard escreveu e dirigiu aos 55 anos. Nele, Godard recria a história da concepção divina entre Maria e o Espírito Santo nos dias atuais. Sua Maria é uma jovem jogadora de basquete que após revelar sua gravidez é acusada pelo namorado José, um taxista, de traição. O filme é descrito como "forte, polêmico e interrogativo".
Então engole essa, monsieur Godard: eu tive idéia semelhante aos doze anos. Naquela máquina de escrever Olivetti do meu pai eu datilografei uma história onde Maria era uma garçonete promíscua. Não recordo o meu José. Essa história, assim como tantos outros papéis que datilografei, estão espalhados por cantos da casa. Cantos e fundos. Fundos de arquivos, armários, caixotes, da casa em si.

O fato é: tive um dia cansativo. Só queria mostrar que eu fui uma criança que tinha um futuro brilhante.

Nenhum comentário: